domingo, 30 de novembro de 2014

Veja como foi: Palestra do Almir Serra no dia 24/11

Almir Serra que é auditor de controle externo do TCU traz a discussão da avaliação de políticas públicas e o uso de indicadores com foco na saúde que é uma área delicada no Brasil, que apesar de ter um recurso volumoso apresenta várias deficiências, em decorrência da própria estrutura federativa, os recortes políticos e as estruturas geográficas do país. Há um investimento grande na saúde e um baixo retorno, um planejamento amplo e ainda assim os resultados não são satisfatórios.

Quanto a Lei complementar 141/2012, art.36, o palestrante destaca a informação de que o gestor do SUS deverá apresentar um relatório referente ao quadrimestre anterior, esse relatório deverá conter a oferta e produção de serviços públicos de rede assistencial, contratada e conveniada cotejando esses dados com os indicadores de saúde da população. O relatório deverá seguir modelo padronizado e aprovado pelo conselho nacional de saúde, devendo-se adotar modelo simplificado para municípios menores. O relatório será apresentado em audiência pública na Casa Legislativa do respectivo ente da Federação.

Para fazer frente ao que consta na Lei, a Resolução CNS n. 459, 10/10/2012, traz o que deve conter o conteúdo do relatório, como os dados e produção de serviços SIA e SIH. O palestrante faz uma crítica aos dados que são apresentados pelas áreas de saúde, que geralmente são só dados brutos e não trazem nenhuma análise. O relatório traz as diretrizes, resultados e análise e considerações.
A resolução da Comissão Intergestores Tripartite n. 5, 19/06/13 traz as diretrizes, objetivos, metas e indicadores, um exemplo é a pactuação nos anos de 2013-2015. O palestrante fala de como os indicadores estão limitados principalmente em relação à eficiência e à eficácia.
Os indicadores são importantes para o ciclo virtuoso da informação, a partir dos dados apresentados é gerada a informação, que são base para a tomada de decisões. Os indicadores servem ainda para mensurar os resultados e gerir o desempenho, atestar ou não, o alcance dos objetivos, embasar a análise crítica de resultados, dentre outros aspectos. No nosso contexto atual em relação aos indicadores, percebe-se a baixa relação entre o a teoria e a pratica e a consequência disso é ter uma administração às cegas.
A avaliação de políticas pública é feita ex-post, não é ciência social, e não é avaliação de impacto. Nacionalmente está sendo proposto um protocolo de Avaliação de Impacto e em termos internacionais também tem sido discutido isso no Evaluation Guide - EWG, e para eles a avaliação de políticas públicas é avaliação de impacto.


A principal limitação do indicador é que ele é uma simplificação da realidade e não a realidade em si, outro problema observado é que os indicadores acabam sendo vistos erroneamente como sendo um fim em si mesmo.
Ao final da palestra foi aberto um tempo para perguntas. Uma delas foi um questionamento a respeito de Qual seria a principal causa das assimetrias que existem em relação a coleta das informações e o capital intelectual.
Para Almir, o Ministério do Planejamento tem feito um grande esforço para o uso de indicadores, o que acontece é que na pratica no plano federal existe uma administração heterogênea, uns ministérios estão bem avançados e outros muito atrasados o que prejudica que isso seja feito de forma consistente. Para ele nado basta ter o dado, deve haver uma análise dos dados obtidos, mas há essas deficiências na nossa realidade. O palestrante diz que a União Européia está avançada nesse quesito e a África do Sul como país em desenvolvimento, da América latina o Brasil é o país mais avançado.


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